terça-feira, 15 de outubro de 2013

THAÍS MOTTA e JOSÉ TOBIAS

THAÍS MOTTA - MÁRVIO CIRIBELLI - JOSÉ TOBIAS - CIRO PEREIRA - HAROLDO COSTA - ADALBERTO MIRANDA e LENE DEVICTOR
Teatro Sesi-Centro – 15/10/2013
Uma presença graciosa, de gestos suaves, semblante juvenil e possuidora de uma afinação exemplar. É assim que se pode delinear a impressão que Thaís exerce sobre o público enquanto canta. E por desfrutar de um repertório abrangente ela passeia no coração da música popular brasileira com muita destreza e propriedade. Uma artista perfeita para contar e cantar a trajetória desse projeto. Apresentando-se muito bem acompanhada, ela traz consigo: no contrabaixo, o jovem Adalberto; e no piano, seu fiel “escudeiro”, Márvio, exímio pianista, compositor e arranjador niteroiense que tem na alma o brilho intenso da música.
Tobias, cantor pernambucano que prima pela voz potente e segura e que mesmo com a idade de 85 anos mantém-se íntegra, tendo também o privilégio de gozar da vitalidade e da alegria de um homem jovem. Com esse “vozeirão” abençoado, José Tobias pode ser considerado um excelente “contador de causos”, e suas inumeráveis histórias proporcionaram um grande divertimento na platéia, arrancando muitos sorrisos e até gargalhadas.
Essas são as características dos cantores brasileiros: a beleza da voz, a singeleza no palco, o bom-humor do artista, a emoção na alma, a melodia no coração e o sacerdócio prazeroso de apregoar a boa música como entretenimento para muitos.
Devo também salientar que o responsável por esse projeto é o jornalista, escritor, produtor cultural e ator, Haroldo Costa, que procura com esmero apresentar e difundir a musicalidade brasileira na forma mais harmoniosa da cultura, ressaltando valores e resgatando sucessos passados que são referências para nossa História. Aplausos prá vocês!!!

domingo, 13 de outubro de 2013

LUIS MELODIA e FLÁVIA BITTENCOURT

LUIS MELODIA - FLÁVIA BITTENCOURT - ALESSANDRO e LEANDRO SARAMAGO
Ginásio do Sesc Tijuca – 13/10/2013
Pérola Negra, Ébano, Estácio Holly Estácio, Magrelinha e muitas outras composições de grande repercussão fazem parte do afamado repertório de Melodia, que também é conhecido como Negro Gato, embora não seja uma composição sua, porém tem seu cunho registrado na gravação da canção. Melodia é um artista de grande reconhecimento e mantém em seus shows uma platéia lotada e cheia de energia. Privilégio para um artista poder dividir o palco com essa personalidade e Flávia Bittencourt assim o fez. Maranhense da cidade de São Luís, com indicações para vários prêmios musicais, portadora de uma voz agradabilíssima e de um porte prá lá de elegante ela traz consigo o aroma, o ritmo e o colorido da sua região. Apesar de sua aparência tão jovial, Flávia possui o amadurecimento de uma grande cantora o que realçou com um brilho intenso as canções apresentadas em duo com Melodia. Um show admirável, onde os valores musicais, acrescidos da experiência e do talento desses artistas proporcionaram ao público um entretenimento inigualável. 

sábado, 12 de outubro de 2013

SANDRA DE SÁ

SANDRA DE SÁ
Ginásio do Sesc Tijuca12/10/2013
Segunda noite super-bombástica da edição Música no SESC na unidade da Tijuca. Sandra chegou para arrasar. E arrasou mesmo! Suingue, gingado, batucada, samba no pé, nada faltou. Baculeju de Sá é esse o mais novo trabalho da artista que foi elaborado descontraidamente no meio de uma deliciosa cervejada com a sua banda. Uma folia que deu muito certo, e que não faltou a animação na pista dançante e quente onde o ritmo negro do blues, do soul e do samba imperou. Para um público entusiasmado, transbordante energia e sedento de movimento, esse é um baile que não se deve desprezar. Sandra é um furacão vigoroso. Abala estruturas e não permite que a inércia se faça presente. Se você gosta do clima, venha encará-la. Showzaço!!!

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

GUILHERME ARANTES

GUILHERME ARANTES
Ginásio do Sesc Tijuca - 11/10/2013
O projeto Música no Sesc assume novamente as suas apresentações na unidade Sesc Tijuca tendo como palco e acomodações o espaçoso ginásio de esporte da instituição, recebendo atrações do mais alto nível e bom gosto musical. Musica no Sesc conta com três shows mensais em dias consecutivos que vão de sexta-feira a domingo. E para abrir essa edição o cantor e compositor Guilherme Arantes se apresentou na forma deliciosa de voz e violão, mostrando canções do seu mais recente disco Condição Humana e também os sucessos que marcaram época e reuniu um público fiel, de diferentes idades, que vem perdurando até quatro décadas depois. Com a quadra lotada e o público cantando junto a animação foi total. Deve-se ressaltar também a excelente qualidade de som e luz que essa produção exibe. Esse é um projeto que merece ser acompanhado pelos atributos requintados que ele oferece. Gente, vamos lá!!!

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

MARIA BETHÂNIA e as PALAVRAS

MARIA BETHÂNIA
Academia Brasileira de Letras – 09/10/2013
Num contexto transbordante de lirismo Bethânia tece um delicado bordado com os áureos fios da música e da poesia. Ambos entrelaçados, coladinhos, ordenados... Do jeitinho que ela gosta. Seleto, envolvente e impecável. Versos de Alberto Caeiro, ou Álvaro Campos ou ... Não importa os heterônimos! É Fernando Pessoa, o poeta predileto da artista, que se faz presente, ora sussurado, ora exaltado pelos cândidos lábios que proclamam, com avidez, o excelso trajeto dos versos, ampliando cada vez mais espaço ao se encontrar com as palavras de Ferreira Gullar, ou de Manoel Bandeira, ou de Clarice Lispector, ou da própria artista, e por aí se vão...
Vão os versos para o coração da música. Um abrangente coração. Receptivo, apaixonado e ansioso para emitir notas e acordes. E ela, a melodia, se desnuda e se revela por intermédio de inspirações que fazem moradas nas almas de Caetano, Beto Guedes, Luis Vieira, Paulinho da Viola e outros obcecados amantes da forma de fazer arte.
É este um pedaço do imenso universo de Maria Bethânia. O sublime recanto da poesia onde passeia a límpida e repousante sonoridade da música. Bethânia traz consigo a sensibilidade divina de apreciar, conviver e lapidar a arte. Sublime!!!!

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

SAULO LARANJEIRA


SAULO LARANJEIRAS
Sala Baden Powell – 04/10-2013
Mineiro versátil e talentoso que construiu um universo consolidado onde a música e o humor fazem moradias. Possuidor de uma voz vibrante e qualificada, Saulo prioriza a sonoridade regional, onde a viola, a “contação de causos” e o cotidiano do caipira nos transportam por estradas repletas de “brasis”. Além da música de raiz, seus personagens seguem a mesma toada.
A simplicidade da Véia Messina, uma rezadeira de coração largo e ingênuo, dotada da alegria da vida. O boaideiro Zé da Silva, homem rude, defensor da natureza e desconhecedor da modernidade mas que usa seus “conhecimentos” para filosofar. O simplório caipira Geraldinho, o típico “contador de causos”, esperto, brejeiro e picante. O poeta cantador João Macambira, sertanejo impetuoso e que não tem “papas na língua”. O regente “bebum” Sabiá, homem saudosista do seu passado boêmio, maestro decadente mas que não larga a batuta. Deputado João Plenário, personagem que ganhou fama pela contemporaneidade e por estar inserido num quadro do programa A Praça é Nossa. Uma analogia a autoridade política corrupta, interesseira e mulherenta. Um enrolador do povo que usa um linguajar sem compreensão para deixar sua plataforma descompromissada.
Essas são algumas facetas desse habilidoso artista e produtor que visa mostrar o retrato do povo brasileiro em toda a sua característica. Um trabalho relevante e singelo, adornado pelo humor delicado porém realista, entremeado pela música e pela poesia regional. Êh, êh, Minas Geraes!!!

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

4 CANTUS

MAURÍCIO DETONI – DANILO FREDERICO – ANA BAIRD e MARCELA MANGABEIRA
Sala Baden Powell – 02/10/2013
Uma insigne celebração aos 70 anos de Milton Nascimento e 40 anos do lançamento do primeiro álbum Clube da Esquina, título que faz referência ao local de encontro de jovens artistas que mesmo, ao relento, construíram um movimento musical revolucionário, onde a música mineira assumiu um patamar de destaque motivado pela riqueza melódica e pelas letras que reverenciam o tradicionalismo e a religiosidade da terra.
Num trabalho minucioso, o grupo 4 Cantus reuniu várias composições que englobam os dois álbuns e lapidaram com arranjos vocais preciosos que foram adornados por um instrumental qualificadíssimo. Enfim, um resultado sublime.
Mas a beleza do show não para por aí. Movimentos cênicos, cenário, e figurinos expressivos endossam a categoria dessa produção, intensificando o belo e o dinâmico aos olhos do público. Um espetáculo que deve ser assistido por todos aqueles que viram, ouviram e acompanharam o crescimento desse processo tão significativo para a música brasileira.
O Sabor da Música deixa aqui essa recomendação. Bravíssimo!!!